Grito dos Excluídos coordena a primeira Oficina da "ALIANÇA CIDADÃ PELOS TEMPOS DE ESPERA CLINICAMENTE ACEITÁVEIS NO SUS” rumo às Conferências Municipais de Saúde de São Paulo em 2021

No último sábado, 20 de fevereiro de 2021, das 14h às 18h aconteceu a Oficina da "ALIANÇA CIDADÃ PELOS TEMPOS DE ESPERA CLINICAMENTE ACEITÁVEIS NO SUS”. Participaram 69 lideranças, agentes de pastorais e conselheiros/as engajados no compromisso de se qualificar e capacitar para serem sujeitos sociais capazes de deliberar sobre as políticas públicas da saúde das proteções sociais.
Luciane Udovic, da coordenação do Grito dos Excluídos Continental abriu o debate lembrando que este é o primeiro encontro de um processo de capacitação apoiado por CAFOD – Agencia Católica para o Desenvolvimento, da Inglaterra, que tem por objetivo fortalecer a participação popular nos processos conferencias da Saúde em 2021. “Queremos construir juntos/as diretrizes de saúde para as conferências municipais que fortaleçam a saúde pública e converta o SUS num sistema do tamanho da população brasileira”.
Seiti Takahama, do Grito dos Excluídos/as, destaca que este ano será realizado a 21ª Conferência Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo e que nesta oportunidade será possível vivenciar um processo democrático participativo e de construção ascendente. “Temos que aproveitar este momento rico de diálogo, e de debate sobre os destinos do SUS. A Conferência não é um evento e sim um processo contínuo que deve envolver de forma ampla toda a população da cidade de São Paulo”.
José Gimenes, coordenador da Pastoral da Saúde do Estado de São Paulo e conselheiro estadual de Saúde, lembra que a partir da análise da situação da saúde municipal é necessário indicar os principais problemas que serão enfrentados nos anos de vigência do Plano, considerando os recursos existentes. Gimenes diz que “é necessário apresentar diretrizes, o que de fato queremos e precisamos do Sistema Único de Saúde”.
Aliança Cidadã pelos tempos de Espera Clinicamente Aceitáveis no SUS, foi o tema abordado por Armando De Negri Filho, médico epidemiologista da Rede Brasileira de Cooperação e Emergência, do Fórum Social de Saúde e Seguridade Social e do Grito dos Excluídos/as Continental. Armando inicia lembrando que o tempo para o acesso ao diagnóstico e para o início do tratamento efetivo definem as chances de cura e de boa qualidade de vida. A incerteza sobre o quando seremos atendidos adiciona sofrimento e compromete resultados ampliando iniquidades e injustiças. Dr. Armando diz que um olhar na saúde desde os direitos humanos, obriga a garantir os tempos clinicamente seguros e aceitáveis para obter os melhores resultados prognósticos possíveis.
A proposta deste mutirão de formação em favor da vida é construirmos um esforço cidadão de profissionais e usuários para construir os tempos referenciais a serem exigidos como padrões para o planejamento, operação e avaliação de resultados do Sistema de Saúde. Todos dias a população sofre e morre com a congestão e superlotação das urgências hospitalares e das UPAs e a falta de acesso oportuno a leitos hospitalares. Precisamos de duas bandeiras centrais de luta para salvaguardar os direitos humanos neste momento: um Tempo Máximo de Permanência: de 4 a 8h nos serviços de urgências, e um número suficiente de leitos hospitalares efetivos, que permita o fluxo a oportuno dos pacientes para a hospitalização, sejam eles oriundos das urgências ou dos ambulatórios, evitando os grandes tempos de espera e suas consequências. Vamos construir os processos conferenciais conscientes de que precisamos lutar contra a EC 95, contra a financeirização das políticas sociais, da dívida e dos interesses da dívida para garantir um SUS do tamanho do povo brasileiro.



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