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Plenária da 6ª SSB do Regional Sul 1

Plenária da 6ª SSB do Regional Sul 1 CNBB promove a participação popular em discussão sobre o Brasil que Queremos

No último sábado, dia 3 de dezembro, tivemos a Plenária Estadual da 6ª Semana Social Brasileira em São Paulo. Participaram 92 pessoas desta etapa final, resultante da série de encontros regionais no Estado de São Paulo, para definir as propostas do “Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos”. O intuito desses encontros é escutar as demandas e sugestões dos movimentos sociais, ONGs e Pastorais, como forma de aproximar a igreja destes segmentos e de definir suas ações a partir deste diálogo.





Para estimular a discussão, Fernando Altemeyer Junior, doutor do departamento de Ciências Sociais da PUC de São Paulo, falou dos caminhos que devemos tomar para enfrentar os desafios políticos e sociais que teremos nos próximos anos. Se por um lado, teremos um governo federal que apoia os direitos sociais, no Estado de São Paulo, teremos uma política conservadora, de ultra direita, que é contra o povo, que não sabe da realidade e, portanto, não se preocupa em acabar com a pobreza. “Teremos esperança federal e ditadura estadual. Vai ser jogo duro”, ressaltou.


A eleita deputada federal, Juliana Cardoso também alertou para o mesmo cenário no Congresso Federal e que para enfrentar, é necessário que a sociedade entenda a política e o papel dos governantes, independente de partidos. “Precisamos compreender nossa classe social e lutar com ela e para ela, para não apoiarmos os que privilegiam a falta de direitos”. Este entendimento político vai ser o caminho para os próximos quatro anos, como forma de resgatar os direitos negados nos últimos anos. A deputada enfatizou a importância da participação da sociedade nos Conselhos de Direitos e nas Conferências que serão realizadas. “Não podemos desistir dos nossos espaços. Temos de retomar e enfrentar qualquer tipo de resistência contra nosso direito de participação e de incidência política”.


Jardel Lopes, membro da Coordenação Nacional da 6ª SSB, enfatizou a atitude do Papa Francisco ao chamar os movimentos sociais para falar sobre Terra, Teto e Trabalho, temas chaves na 6ªSSB. Falou da agenda dos próximos anos, quando teremos os encontros por regiões do país para levantar as demandas de modo que as especificidades sejam respeitadas. Em novembro acontece a nacional, quando as ações serão encaminhadas. “O governo não vai atuar sozinho, precisamos do envolvimento do povo, da participação popular”, disse.


Jardel também falou do interesse da igreja em se aproximar dos que lutam por moradia nos centros urbanos, a partir da criação de Pastorais da Moradia. Também divulgou a Campanha da Fraternidade do ano que vem, cujo tema será “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).


Por fim, os participantes se dividiram em grupos para responder sobre “Qual é o Estado e o Brasil que queremos no aspecto econômico, político, social e ambiental.” A seguir, os resultados:


Economia:

  • Incentivo a Agroecologia e a Agricultura Familiar, unindo campo e cidade;

  • Economia solidária, sustentável e que gere renda para toda a população;

  • Política econômica que gere emprego para todos;

  • Consumo responsável que garanta a vida, a saúde e o bem-estar;

  • Orçamentos públicos e com a participação da população;

  • Economia de Clara e Francisco integra, inclusiva e solidária.

Social:

  • Na saúde, organização e atendimento integrados e Campanha 4x4 (4 horas para atender e 4 leitos para cuidar);

  • Defesa e melhoria do SUS e do SUAS;

  • Lutar contras as injustiças sociais e retomar o método ver, julgar e agir;

  • Direito à moradia e à água (como direitos e não como mercadoria);

  • Participação das pastorais sociais e dos movimentos sociais;

  • Combate à fome;

  • Retomar o programa Mais Médicos com planos de carreira para eles;

  • Formação para a Doutrina Social da Igreja.

Política:

  • Implementar uma política de Estado e não de governo;

  • Comitês populares para garantir a participação democrática;

  • Políticas públicas que atendam as necessidades da população;

  • Políticas públicas diferenciadas para jovens e adultos;

  • Incidência política por meio dos Conselhos Populares, nas Câmaras Municipais, na Assembleia Legislativa;

  • Votar em candidatos comprometidos com a população;

  • Reforma Tributária justa, solidária e progressiva onde quem ganha mais paga mais impostos;

  • Tributação das grandes fortunas.

Meio Ambiente:

  • Priorizar a agroecologia e a agricultura familiar;

  • Acabar com o desmatamento e zelar pelo ambiente com educação permanente em defesa e proteção do mesmo;

  • Proteger as áreas de preservação;

  • Acesso à água para todos e apoio a projetos de reciclagem;

  • 5R: primeiro reeducar para a necessidade de não existir mais os Rs…. Mas destacar a importância de reaproveitar, reciclar, reduzir, reutilizar.


Cultura:

  • Promover e defender a cultura local e regional. Ela transforma;

  • Fazer a revolução cultural em defesa da todas as formas de vida e dos direitos;

  • Superar a cultura do descarte educando prioritariamente crianças e jovens;

  • Promover a cultura do diálogo e do bem viver de forma transversal.

Como agir na construção do Projeto Bem Viver dos Povos?

  • Resgatar o trabalho de base por meio da escuta, do diálogo, cativando as pessoas com empatia;

  • Educação transformadora mostrando que tudo está interligado, o econômico, o social, a política, o ambiente, etc;

  • Retomar o trabalho sistemático de formação.


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