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Marcia Lopes: “Não há justiça climática sem a presença e a determinação das mulheres”

  • comunicacao4012
  • 30 de out.
  • 3 min de leitura

Ministra das Mulheres do Brasil saúda o Fórum Internacional de Mudanças Climáticas e Migrações e destaca o papel das mulheres e da sociedade civil na defesa da Casa Comum


Por Luciane Udovic, Grito dos Excluídos Continental


Na abertura do I Fórum Internacional de Mudanças Climáticas e Migrações, realizado em Belém do Pará, a ministra das Mulheres do Brasil, Márcia Lopes, enviou uma mensagem emocionada e potente de apoio ao evento e às organizações participantes, entre elas o Grito dos Excluídos Continental, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e diversas entidades da sociedade civil latino-americana.


Falando diretamente da África do Sul, onde cumpre agenda internacional, Márcia Lopes destacou seu carinho e compromisso com as causas que movem o Grito dos Excluídos:

“Sou muito fã do Grito dos Excluídos Continental e das entidades que acreditam na transformação. Inspiradas pelo Papa Francisco e pela ecologia integral, sabemos que é possível cuidar da vida e da nossa Casa Comum.”


A ministra reforçou que a COP30, que acontecerá em Belém, “não pode ser apenas um evento”, mas sim “uma decisão política global”, que exige deliberações concretas em defesa do meio ambiente, da justiça climática e das populações mais vulneráveis.


A voz das mulheres na transição climática

Márcia Lopes destacou que o Ministério das Mulheres tem dialogado com fóruns de mulheres em todo o país , quebradeiras de coco babaçu, catadoras de recicláveis, mulheres das águas, campos e florestas, indígenas, quilombolas e ribeirinhas, reconhecendo o papel central dessas lideranças na transição climática justa.

“Não há clima sem as mulheres. Não há justiça climática sem a participação, a presença e a determinação das mulheres.”

A ministra lembrou que as emergências e desastres climáticos impactam as mulheres 14 vezes mais do que os homens, ressaltando a urgência de políticas públicas específicas. Ela anunciou que o governo lançará, durante a COP30, um protocolo nacional para a atuação de mulheres em situações de emergência e desastres naturais, elaborado de forma participativa e colaborativa.

 

Da reflexão à ação

Em sua fala, Márcia Lopes convocou universidades, movimentos sociais e pastorais a integrarem os debates e a transformação concreta da realidade.

“Precisamos pautar os temas contemporâneos na formação dos futuros profissionais. É assim que as pessoas mudarão suas atitudes e o jeito de atender a população, especialmente nas políticas públicas.”

A ministra também destacou o caráter pedagógico e espiritual da luta socioambiental, evocando a Laudato Si’ e os ensinamentos do Papa Francisco sobre a Casa Comum:

“Os documentos do Papa simplificam a relação com a vida. Precisamos lê-los insistentemente, porque eles nos ensinam a cuidar da natureza e das pessoas.”


Esperança, mobilização e solidariedade

Ao concluir sua mensagem, Márcia Lopes ressaltou o papel da esperança ativa que move as mulheres brasileiras, especialmente aquelas que transformam o luto em luta diante das injustiças.


“Somos 110 milhões de mulheres no Brasil. E a nossa tarefa é mobilizar, articular e escutar. O Brasil precisa de esperança e o governo do presidente Lula tem recolocado o país no mundo com diálogo, coragem e compromisso com a vida.”

Com palavras firmes e afetuosas, a ministra reafirmou que falar de clima é falar de direitos humanos, e que o enfrentamento à crise climática precisa estar enraizado em uma ética do cuidado, da solidariedade e da justiça social.


“A COP30 será um grande marco se trouxer decisões que partam da vida real, das mulheres, dos povos, das florestas, dos migrantes. A mudança que queremos começa em cada um de nós.”


Luciane Udovic, presidenta Grito dos Excluídos Continental

Belém do Pará, outubro de 2025


 
 
 

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